A inteligência artificial (IA) já faz parte do cotidiano de milhões de brasileiros — especialmente dos mais jovens e escolarizados. É o que mostra a pesquisa “Consumo e uso de Inteligência Artificial no Brasil” (2025), realizada pelo Instituto Datafolha em parceria com a Fundação Itaú, que entrevistou 2.798 pessoas em todo o país para compreender como a tecnologia vem transformando hábitos de estudo, trabalho e lazer.
Educação: onde a IA mais cresce
O levantamento aponta que o uso da IA no ensino é mais comum entre jovens (77% entre 16 e 24 anos), pessoas com ensino superior (73%) e das classes A e B (63%).
Além disso, 90% dos brasileiros acreditam que todos os estudantes deveriam aprender a interagir com tecnologias de inteligência artificial de forma consciente e responsável, e 87% defendem que os professores recebam formação específica para integrá-las aos processos de ensino e aprendizagem.
Entre os que já utilizam a IA para estudar, 69% afirmam que a tecnologia ajuda muito nos estudos, e 75% dizem ter aprendido algo novo com seu uso.
A confiança também é significativa: 42% confiam muito nos resultados que a IA oferece, e 56% afirmam checar sempre as informações apresentadas — sinal de uma postura crítica e reflexiva diante das novas ferramentas digitais.
Esses dados reforçam que a IA vem sendo incorporada ao ambiente educacional de maneira cada vez mais consciente, responsável e integrada às práticas pedagógicas, especialmente no ensino superior e entre os mais jovens.
Mercado de trabalho e futuro das profissões
A pesquisa também evidencia os impactos da IA no mundo do trabalho.
Mais da metade dos entrevistados (56%) acredita que a tecnologia pode substituir profissionais no futuro, enquanto 60% afirmam que ela estimula a imaginação e a criação de novas ideias.
Ao mesmo tempo, há uma percepção clara dos riscos: 77% consideram que a IA pode ser perigosa se usada sem regras ou leis, e 76% reconhecem o risco de disseminação de fake news — um alerta importante para escolas, universidades e empresas que buscam integrar essas ferramentas de forma ética e regulada.
No ambiente profissional, 50% utilizam IA para apoiar suas atividades de trabalho e 47% a empregam para estudos, reforçando seu papel como instrumento de produtividade e aprendizagem contínua.
Interesse crescente em aprender
O interesse em aprender mais sobre o tema também é expressivo.
Segundo o levantamento, 62% dos brasileiros afirmam que gostariam de se aprofundar em inteligência artificial — percentual que sobe para 72% entre pessoas com ensino superior e 70% nas classes A e B.
Entre aqueles que já utilizam a tecnologia, o aprendizado é descrito como contínuo e transformador, evidenciando que a educação é o principal vetor de democratização do acesso e uso da IA no país.
O papel da escola e dos educadores
Para professores e gestores, os dados trazem um convite à ação: como preparar estudantes para um futuro em que a IA será tão presente quanto a calculadora ou a internet?
A formação docente surge como eixo central desse processo — não apenas para o domínio técnico, mas também para o desenvolvimento de uma cultura de uso ético, crítico e criativo das tecnologias emergentes.
Ao reconhecer que a IA pode potencializar a aprendizagem, estimular a criatividade e personalizar trajetórias de ensino, a pesquisa reforça a importância de que o setor educacional brasileiro não apenas acompanhe, mas lidere com responsabilidade essa transformação.
Fonte: Datafolha e Fundação Itaú. Consumo e uso da Inteligência Artificial no Brasil (2025).
Pesquisa nacional com 2.798 entrevistas, realizada entre 7 e 15 de julho de 2025.
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Imagem: Freepik